Tempo e aspecto verbais e a construção dos sentidos do texto Favola, de Eros Ramazzotti
Resumo
Neste trabalho, embasados em fundamentos da Semiótica Discursiva e em elocuções sobre Tempo e Aspecto verbais, analisamos como as nuances semânticas destas categorias participam da construção dos sentidos do texto Favola, de Eros Ramazzotti. Pela moral implícita, percebemos que o texto em análise pondera sobre o que seja a felicidade e a vida. Elemento recorrente e ativador de sentidos, o tempo, com todas as suas variadas nuances, é tratado de modo muito especial. Usando as formas de passato remoto, o narrador insere, cronologicamente, na sua narrativa as situações vividas por um sujeito, com o objetivo de sequenciá-las e apresentá-las como fatos acontecidos e verdadeiros, sem se importar com a duração de cada um. Usando as formas do imperfetto e do presente, o narrador se apropria do recurso mais expressivo para o seu escopo: criar os efeitos de eternidade. De fato, o Aspecto imperfectivo, atualizado pelas formas destes Tempos verbais, apresenta no texto o escoar dos eventos através do tempo cronológico; as situações, desse modo, são capturadas em pleno acontecer e, por isso, não têm um limite estabelecido, porque ainda vindouro. Identificamos, ainda, uma cuidadosa seleção de vocábulos que investem no texto uma apurada tessitura metafórica, cujas possibilidades de interpretação são variadíssimas, mas que não devem, a nosso parecer, negligenciar os papéis que os valores semânticos do Tempo e do Aspecto verbais exercem.
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PDFReferências
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DOI: http://dx.doi.org/10.22168/2237-6321.7.7.1.264-280
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