Representações sociais de violência por graduandas da zona rural sob a ótica da Teoria do Núcleo Central

Resumo

A violência é um fenômeno complexo de conceitualização e depende do indivíduo, do contexto no qual está inserido, revelando as suas experiências. Para isso, algumas perspectivas teóricas auxiliam no entendimento de como o ser humano representa o mundo e tudo que está em sua volta. Portanto, este estudo tem como objetivo principal investigar as representações sociais de violência para estudantes brasileiras da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, e foi realizado em Redenção, Ceará, em 2020. Optou-se por uma abordagem quanti-qualitativa, sob o viés exploratório-descritivo, em que tivemos como suporte o programa de tratamento de dados OpenEvoc, que facilitou a interpretação dos dados. A coleta foi feita através de um questionário, com a finalidade de conhecer as evocações livres do termo indutor “violência”. A base teórica da pesquisa sustenta-se na Teoria do Núcleo Central (Abric, 1998) e na abordagem estrutural da Teoria das Representações Sociais de Moscovici (1976). Como resultado, obtivemos as palavras: agressão, mulher, medo, dor, sofrimento, física, desrespeito, sexual, abuso, estupro, doméstica e sangue, todas constituintes do núcleo central da representação social de violência contra a mulher. Foi possível identificar que no sistema periférico, em que há termos mais heterogêneos, surgiram palavras que denotam a violência sofrida por uma parte mais fragilizada, como idosos, crianças e negros, fazendo-nos perceber que esses grupos estão submissos a um grupo detentor de poder.