As máximas de Leech aAplicadas em conversas informais de sujeitos com TEA, uma desconstrução

Ludovica Olimpio Magalhães

Resumo


Este artigo apresenta uma análise da linguagem de pessoas com transtorno do espectro autista (TEA), com grau leve, tendo como foco o fenômeno da polidez linguística na perspectiva das máximas de Leech (1983). Para que nossa pesquisa fosse possível, procuramos verificar como os participantes da conversação interagem uns com os outros, como eles utilizam as máximas de polidez linguística e quais máximas são mais recorrentes. Para compreender a linguagem de pessoas com o transtorno do espectro autista, analisamos as conversas de sujeitos autistas que fazem parte de projetos terapêuticos na casa da Esperança, alguns integrantes do grupo ativista Abraça Autismo Brasil. Adotamos, como referencial teórico básico, a noção de Pragmática, os estudos sobre o TEA e os postulados de Leech (1983). Ao concluir nosso estudo, podemos perceber que os autistas, apesar de muitas vezes serem vistos como “impolidos” ou “rudes” em suas interações, se preocupam com seus interlocutores e buscam acordar com os conceitos estabelecidos por Leech (1983), cujo propósito maioritário é a minimização do custo ao outro, a potencialização/maximização de seu benefício.

Palavras-chave


Pragmática; Transtorno do Espectro Autista; Polidez Linguística.

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DOI: http://dx.doi.org/10.22168/2237-6321-12736

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