Crenças de professores sobre o uso do dicionário escolar: uma abordagem contextual

Luan Talles de Araújo Brito

Resumo


O presente artigo advém de uma pesquisa de campo motivada pelo objetivo de analisar as crenças de professores sobre o uso do dicionário escolar e suas relações com o comportamento desses sujeitos. Para tanto, os dados analisados procedem de observações de aulas e entrevistas semiestruturadas com dois professores de 5º ano do ensino fundamental de uma escola pública municipal de Brejo do Cruz – Paraíba. No referencial teórico, destacam-se os estudos de crenças na área de ensino e aprendizagem de línguas, desenvolvidos por Richardson (1996), Barcelos (2001, 2006) e Bonfim e Conceição (2009), além de alguns trabalhos do campo da Metalexicografia Pedagógica, como Pontes e Santiago (2009), Coroa (2011), Corrêa (2011) e Bolzan (2012). A análise indica que os professores acreditam que o contexto influencia o sentido da palavra pesquisada no dicionário e que o uso desse material didático auxilia na produção textual, além de estarem atentos para aspectos composicionais da obra dicionarista. Por conseguinte, os resultados revelam que as crenças dos sujeitos investigados ora influenciam, ora vão de encontro às suas práticas pedagógicas, sendo constatado, ainda, o fato de que a autorreflexão sobre a experiência docente serve para reforçar a adesão a determinada posição valorativa.


Palavras-chave


Crenças de professores. Dicionário escolar. Práticas pedagógicas.

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DOI: http://dx.doi.org/10.22168/2237-6321-10esp2091

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