Uma investigação Sistêmico-Funcional das representações de Masculino e de Feminino a partir do Sistema de Transitividade
Resumo
A presente pesquisa clarifica uma investigação sistêmico-funcional que perqueriu representações de Feminino e de Masculino no texto biográfico “O Castelo de Papel”, de autoria de Mary del Priore (2013), com o objetivo de verificar a ocorrência ou não de assimetrias linguisticamente urdidas entre os gêneros. Nesse intuito, a obra foi perscrutada a partir de sua base léxico-gramatical, sendo tal leitura empreendida pelas lentes do Sistema de Transidade, cujas categorias centrais foram os Participantes, os Processos (Materiais, Mentais, Relacionais, Existenciais, Comportamentais e Verbais) e as Circunstâncias, elementos da Metafunção Experiencial Ideacional. Com base nos estudos seminais de Halliday (2002), tendo dentre seus intérpretes Souza (2006), investigou-se a construção da vida pública e privada do Casal Imperial, com atenção aos aspectos do gênero biografia e da relação indissociável entre autoria e personagens, à luz de o produto narrativo ser uma construção parcial e ideológica da realidade, consoante os pontos de vista autorais. Para tanto, extraíram-se da obra todas as ocorrências de Processos em que as personagens Isabel e Gastão ocupam a função de Particpante 1, sendo tais extratos o corpus do trabalho. Feito isso, a tabulação e o exame dos dados erigiram uma apreciação qualitativo-quantitativa, a qual explicitou na arguição de cada ocorrência, bem como na avaliação volumétrica de casos, como a autoria orquestrou suas personagens, trazendo à baila representações de gênero em seu texto, seja como registro histórico, seja como atualização dessas posições no espaço-tempo. Por fim, o estudo identificou a perpetuação das estruturas sociais de privilégio do Masculino sobre o Feminino.
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PDFReferências
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DOI: http://dx.doi.org/10.22168/2237-6321-9esp1766
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