Morfologia Avaliativa: o estatuto independente de -inh e -zinh no Português Brasileiro, composição e pejoratividade

Marcela Nunes Costa, Rafael Dias Minussi

Resumo


Este trabalho visa à investigação da morfologia avaliativa no Português Brasileiro (PB) por meio da análise de dados com os sufixos de diminutivo -inh e -zinh. Busca-se responder a questões sobre o estatuto desses sufixos tomando como base trabalhos que já se debruçaram sobre o assunto, como o de Bisol (2010). Tem-se como objetivos (i) investigar a possível independência de -zinh através de dados que se realizam apenas com esse sufixo, como os pronomes, alguns prefixos e artigos no PB e (ii) examinar a possibilidade da leitura pejorativa das formações diminutivas. Serão observados dados de corpora do PB com esses sufixos com base nos pressupostos teóricos da Morfologia Distribuída, uma teoria não-lexicalista que propõe que tanto palavras quanto sentenças são formadas no mesmo componente gerativo, a Sintaxe. Assim, este artigo dialoga com autores como Marantz (2001), Arad (2003), Bachrach e Wagner (2007) e Armelin (2015), que explicam e utilizam o modelo teórico da Morfologia Distribuída ou promovem análises não-lexicalistas. Como resultado, defendemos que -zinh é independente de -inh e que esses formadores se diferenciam na estrutura sintática pois -zinh tem a natureza de uma raiz, além de associarmos a pejoratividade à composicionalidade das formações.


Palavras-chave


Morfologia Avaliativa. Composição. Pejoratividade.

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DOI: http://dx.doi.org/10.22168/2237-6321-21586

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