O status da escrita no contexto educacional da língua Sakurabiat
Resumo
A escrita e suas representações sociais são objetos de estudo de muitas áreas do conhecimento humano. Entre essas diversas áreas inclui-se a linguística, ciência que embasa as discussões apresentadas neste trabalho que tem por objetivo analisar o status da escrita no contexto educacional da língua indígena Sakurabiat. Para tanto, apoiamo-nos nas discussões teóricas sobre escrita, leitura e oralidade apresentadas por Cagliari (1993) e Marcuschi (2001); e refletimos sobre as relações de poder que envolvem a linguagem, e consequentemente suas representações escritas, segundo a perspectiva de Gnerre (1991). Conceitos como atitudes e crenças linguísticas também são discutidos, tendo como aporte teórico o artigo de Botassini (2015). A metodologia utilizada para a realização da pesquisa foi a técnica de coleta de dados, em trabalho de campo, por meio de entrevistas semiestruturadas com três professores da etnia Sakurabiat. Após a transcrição e análise das falas dos professores, verificamos indícios de crenças e atitudes linguísticas relacionadas à modalidade escrita da língua indígena, apontando para a importância que a escrita e seus produtos têm no contexto educacional da língua materna.
Palavras-chave
Texto completo:
PDFReferências
BARCELOS, A. M. F. Reflexões acerca da mudança de crenças sobre ensino e aprendizagem de línguas. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, Belo Horizonte, v. 7, n. 2, p. 109-138, 2007.
BOTASSINI, J. O. M. A importância dos estudos de crenças e atitudes linguísticas para a sociolinguística. Signum, Londrina, n. 18/1, p. 102-131, jun. 2015.
BOURDIEU, P. L'économie des échanges linguistiques. Langue Française, Paris, n. 34, p. 17-34, 1977.
CAGLIARI, L. C. A escrita. In: ______. Alfabetização e linguística. 6 ed. São Paulo: Editora Scipione, 1993, p. 95-116.
FERREIRA, A. B. de H. Novo dicionário eletrônico Aurélio. 4. ed. Curitiba: Positivo, 2009. 1 CD-Rom.
FRANCÊS JÚNIOR, C. Atitude linguística e revitalização da língua Mundurukú: Observações preliminares. Belém. 2014. 107 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Letras, Universidade Federal do Pará, Belém, 2014.
XXXX. (Org.). XXXXX, 2006.
XXXX. XXXXX, 1994
XXXX; XXXX. XXXXX, 2004.
GNERRE, M. Linguagem, escrita e poder. 3 ed. São Paulo: Livraria Martins Fontes. 1991.
LABOV, W. Padrões sociolingüísticos. São Paulo: Parábola, 2008 [1972].
LAMBERT, W. E. A social Psychology of Bilingualism. In: PAULSTON, C. B.; TUCKER, G. R. (Orgs). Sociolinguistics: the essential readings. Malden, MA: Blackwell Publishing, 2003 [1967].
MARCUSCHI, L. A. Oralidade e letramento. In: ______. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São Paulo: Cortez, 2001, p. 15-43.
MORENO FERNÁNDEZ, F. Actitudes linguísticas. In:______. Princípios de sociolinguística y sociologia del lenguaje. 4 ed. Barcelona: Ariel, 1998, p. 177-190.
SPINASSÉ, K. P. Os conceitos Língua Materna, Segunda Língua e Língua Estrangeira e os falantes de línguas alóctones minoritárias no Sul do Brasil. Revista Contingentia, Porto Alegre, vol. 1, n. 1, p. 1-8, nov. 2006.
YERO, L. L. Teaching in mind: how teacher thinking shapes education. 2 ed. Hamilton, MT: Mind Flight Publishing, 2010.
DOI: http://dx.doi.org/10.22168/2237-6321-21507
Apontamentos
- Não há apontamentos.