A utilização de that-clauses em abstracts escritos por alunos-pesquisadores brasileiros
Resumo
A escrita de abstracts tem sido estudada por pesquisadores de diferentes áreas (BATHIA, 1993; SWALES; FEAK, 2009) para que seja possível observar quais padrões são mais utilizados por autores de revistas de impacto internacional a fim de preparar pesquisadores para a escrita deste gênero textual. Neste artigo, demonstraremos, por meio de análises de corpus, como as that-clauses são utilizadas em produções acadêmicas de abstracts de aprendizes, especificamente quando almejam demonstrar suas descobertas, resultados e conclusão de pesquisa (movimentos retóricos 4 e 5 de Swales e Feak (2009)). Além disso, contamos com uma base teórica que permeia a Linguística de Corpus (LC), voltada para a aplicação no ensino e aprendizagem de Inglês para Fins Acadêmicos (IFA). Após coleta e compilação do corpus, utilizamos o programa computacional Sketch Engine (KILGARRIFF et al, 2014) para criar linhas de concordância com a palavra that e, a partir dos resultados, observamos que na escrita dos aprendizes, as estruturas mais utilizadas para reportar as descobertas, resultados e conclusões de pesquisa, foram: sujeito + verbo no passado simples + that e sujeito + verbo no presente simples + that, se alinhando com resultados de pesquisa de Biber et al. (2007) e Glasman-Deal (2010). O resultado final demonstrou que é possível utilizar a LC para o ensino e aprendizagem de IFA e também para o desenvolvimento de atividades didáticas e obter um desfecho positivo, pois a LC é uma área abrangente que permite diversos tipos de aplicações, visando análises de dados linguísticos para os mais diversos fins.
Palavras-chave
Texto completo:
PDFReferências
BERBER SARDINHA, T. Visão Geral da Linguística de Corpus. In: ______. Linguística de Corpus. Barueri: Manoele, 2004.
______. Lingüística de Corpus: Histórico e problemática. DELTA - Documentação de Estudos em Lingüística Teórica e Aplicada, São Paulo, v. 16, n. 2, p. 323-367, 2000.
BERBER SARDINHA, T.; SHEPHERD, T. O corpus, novas tecnologias e mídias no ensino de inglês: Para uma pedagogia do terceiro milênio. In: BERBER SARDINHA, T.; SHEPHERD, T. M. G.; DELEGÁ-LÚCIO, D.; SÃO BENTO FERREIRA, T. (Org.). Tecnologias & Mídias no Ensino de Inglês: O Corpus nas “Receitas”. São Paulo: Macmillan, 2012. p. 6-14.
BIBER, D. et al. Longman Grammar of Spoken and Written English. London: Longman, 2007.
EGGINS, S.; MARTIN, J. R. Genres and registers of discourse. In: DIJK, T. V. (Ed.). Discourse as structure and process – discourse studies: a multidisciplinary introduction. v. 1. London, Thousand Oaks, New Delhi: Sage Publications, 1997.
ENGLISH OXFORD Living Dictionaries. Definition of that. Disponível em: . Acesso em: 2 jan. 2018.
GLASMAN-DEAL, H. Science Research Writing for Non-native Speakers of English. London: Imperial College Press, 2010.
HUCKIN, T. Abstracting from Abstracts. In: HEWINGS, M. (Ed.), Academic Writing in Context: Implications and Applications. Birmingham: The University of Birmingham Press, 2001. p. 93-103.
KILGARRIFF, A. et al. The Sketch Engine: ten years on. Lexicography, v. 1, n. 1, p. 7-36, jul. 2014.
MARTIN, J. R. Language, register and genre. In: CHRISTIE, F. (Ed.)., Children writing: Reader. Geelong, Victoria, Australia: Deakin University Press, 1984. p. 21-29.
RAMOS, R. C. G. Gêneros textuais: uma proposta de aplicação em cursos de inglês para fins específicos. The ESPecialist, v. 25, n. 2, p. 107-129, 2004.
Sketch Engine. Disponível em: . Acesso em: 10 nov. 2017.
SWALES, J. Genre analysis: English in academic and research settings. Cambridge: Cambridge University Press, 1990.
SWALES, J. M.; FEAK, C. B. Abstracts and the writing of abstracts. Michigan: University of Michigan Press, 2009.
VIANA, V. Linguística de Corpus: conceitos, técnicas & análises. In: TAGNIN, S; VIANA, V. Corpora no ensino de línguas estrangeiras. São Paulo: HUB Editorial, 2010. p. 25-96.
DOI: http://dx.doi.org/10.22168/2237-6321-21112
Apontamentos
- Não há apontamentos.
Direitos autorais 2018 Entrepalavras