A polissemia do verbo dar: uma análise funcionalista

Luana Carvalho Coelho, Valéria Viana Sousa

Resumo


A língua como objeto social é passível a mudanças. Assim, inovações surgem constantemente, e novos conceitos, significados vão se formando. A partir dessa perspectiva, objetivamos com esse estudo refletir sobre a natureza polissêmica do verbo dar no português brasileiro à luz do Funcionalismo norte-americano a fim de investigar as alterações sofridas na forma e na função por esse verbo. As amostras analisadas nesta pesquisa foram extraídas do Corpus do Português Popular de Vitória da Conquista (Corpus PPVC) e do Corpus do Português Culto de Vitória da Conquista (Corpus PCVC), organizados pelo Grupo de Pesquisa em Linguística Histórica e em Sociofuncionalismo. Para análise, descrevemos as extensões de sentido do verbo dar e, por meio dos sentidos encontrados nos corpora,analisamos o nível de transitividade das ocorrências com o verbo dar de acordo com os parâmetros propostos por Hopper e Thompson (1980). Nesse estudo, constatamos que o processo de gramaticalização é o responsável pela capacidade categorial desse verbo. Além disso, verificamos que a potencialidade e produtividade do verbo dar contribuem para o seu comportamento polissêmico.


Palavras-chave


Verbo dar; Funcionalismo; Transitividade

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DOI: http://dx.doi.org/10.22168/2237-6321.7.7.2.74-92

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