Variação linguística e diversidade cultural em amostras de livros de inglês como língua adicional para adultos

Fernanda Gruendling

Resumo


Os livros didáticos geralmente apresentam a língua inglesa na variedade entendida como a “padrão”, porém o idioma possui infinitas possibilidades de comunicação, vocabulário e construções que dependem da localização geográfica, grupo social ou cultura local. Além disso, a globalização permite que pessoas do mundo inteiro dividam, de certa forma, a propriedade da língua inglesa, contribuindo com sua parcela de influência cultural e linguística sobre o idioma. O objetivo deste artigo é verificar se há recomendações, notas ou quaisquer informações sobre variação linguística, assim como apresentação de diversidade cultural, em amostras de quatro livros do aluno e respectivos livros do professor disponibilizados na Internet por editoras internacionais. Tal verificação tem como base conceitos apresentados por David Crystal (2003) e William Labov (2008). A observação constata que os materiais apresentam quase nenhuma informação sobre variação linguística e que a demonstração de diversidade cultural através de imagens, textos e assuntos varia de acordo com o material: mais diversidade em amostras de livros de inglês britânico e menos diversidade em amostras de livros de inglês americano.

Palavras-chave


Variação linguística; Diversidade cultural; Livro didático.

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Referências


“aqueles que usam a forma estigmatizada no nível mais alto na sua própria fala casual são os primeiros a estigmatizar na fala dos outros” (LABOV, 2003, p. 244)

Podemos aprender muito sobre a centralização estudando essas histórias de famílias específicas. Os dois informantes que encabeçam a lista de falantes centralizadores […] são pai e filho. O pai, um pescador de lagosta de Chilmark, é um homem sério e instruído, com um interesse apaixonado pela história da indústria baleeira; talvez ele seja o porta-voz mais eloquente da mais antiga tradição vineyardense […]. O filho é um graduado de nível superior que tentou a vida na cidade grande, não se interessou por ela, voltou para a ilha e ergueu diversas empresas comerciais bem-sucedidas nas docas de Chilmark. Exibe um (ay) elevado, em 211, consideravelmente mais centralizado do que qualquer outra pessoa que ouvi em Chilmark. Certa noite, enquanto jantava na casa de seus pais, a conversa girou em torno das maneiras de falar em geral, sem nenhuma referência específica a (ay) ou (aw). A mãe dele observou: “Sabe, o E. nem sempre falou desse jeito... foi só depois que ele voltou da faculdade. Acho que ele queria ficar mais parecido com os homens das docas...” (LABOV, 2008, p. 51-52).

Tagliamonte (2012, p. 2) coloca que a “variação na língua é melhor observada na linguagem do dia a dia”

“ao invés de afetar meros milhares de falantes, como tipicamente é o caso de dialetos regionais rurais e urbanos, eles se aplicam a milhões” (CRYSTAL, 2003, p. 144)

Uma consequência inevitável desses desenvolvimentos é que a língua tornar-se-á aberta para os ventos da mudança linguística de maneiras totalmente imprevisíveis. A propagação do inglês pelo mundo já demonstrou isso, com o surgimento de variedades do inglês nos diferentes territórios onde a língua criou raízes (CRYSTAL, 2003, p. 144)




DOI: http://dx.doi.org/10.22168/2237-6321.7.7.2.457-474

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