[X + ER]: Um Esquema Não Nativo em Terras Brasileiras
Resumo
O presente artigo propõe analisar o esquema [[X]Sub./Adj. er]Sub./Adj., não originário da língua portuguesa, nos níveis semântico e morfológico em língua portuguesa, enquanto esquema originário de itens novos na língua, como anitter, faria limer, entre outros itens. Para tanto, dialoga com a gramática cognitiva proposta por Langacker (2008), com a morfologia cognitiva de Hamawand (2011) e com os estudos de Booij (2007) a respeito da polissemia de sufixos. A construção do corpus analisado deu-se por meio de coleta de tweets da rede social Twitter/X dos anos de 2022, 2023 e 2024, totalizando 669 tweets com 699 ocorrências, ao todo, posteriormente categorizadas e quantificadas. Alcançou-se, como resultados, a constatação do uso de sentidos típicos da língua de origem do esquema, o inglês, como também de padrões de sentido que representam a novidade da construção em português, analisando como se dá o processo de estruturação de cada sentido na polissemia do esquema. Além disso, sua presença no português trouxe questões quanto à sua adaptação morfofonológica, uma vez que as instanciações dos esquemas estão majoritariamente na modalidade escrita. Com Cardoso (2010) e Carley & Mees (2020), elencaram-se hipóteses referentes aos variados graus de natividade do esquema ao quadro linguístico do português.
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PDFReferências
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DOI: http://dx.doi.org/10.22168/2237-6321-22794
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