Fake news sobre saúde: uma análise das marcas linguísticas na notícia “Banana com vírus HIV”
Resumo
No presente trabalho fazemos uma reflexão sobre fake news no âmbito digital, mais especificamente, sobre a notícia “Banana com vírus HIV”, que foi compartilhada na rede social Facebook e que repercutiu na internet. O objetivo deste estudo consiste em analisar as categorias dos Modos de Organização do Discurso presentes na notícia “Banana com vírus HIV”. Mais especificamente: identificar as categorias do Modo de Discurso na notícia e averiguar o Modo de Organização do Discurso. Para tanto, temos a seguinte questão norteadora: como os Modos de Organização do Discurso do gênero post fake corroboram para a interpelação direta do interlocutor? Para responder a essa indagação, arrolamos as reflexões de Charaudeau (2006, 2013, 2014) e de Paveau (2013, 2015) para abordarmos as notícias falsas do ponto de vista discursivo. No tocante à onda de desinformação em ascensão no ecossistema digital, recorremos a Levy (2016), Primo (2012) e Barrera (2019). Como procedimento metodológico, utilizamos a pesquisa bibliográfica atrelada ao método qualitativo para analisar o corpus. Por fim, concluímos que a ausência do Modo de Organização do Discurso (descritivo) é um fator crucial para que o sujeito-alvo (interlocutor/leitor) ponha em xeque a veracidade da notícia veiculada, uma vez que estarão ausentes as fontes que a embasam, evitando assim, que compartilhem fake news em mídias sociais digitais como Facebook, principalmente no que tange à saúde coletiva.
Palavras-chave
Texto completo:
PDFReferências
BARRERA, F. E. C. Web 3.0 = web 2.0 + semântica. Universitarios Potosinos, San Luís Potosí, ano 15, n. 234, p. 30-35, abr./2019. Disponível em: http://www.uaslp.mx/Comunicacion-Social/Documents/Divulgacion/Revista/Quince/Universitarios%20Potosinos%20234.pdf. Acesso em: 12 dez. 2019
CHARAUDEAU, P. Discurso das mídias. 1. ed. São Paulo: Contexto, 2006.
CHARAUDEAU, P. Discurso das mídias. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2013.
CHARAUDEAU, P. Linguagem e discurso: modos de organização. 2ª ed. São Paulo: Contexto, 2014.
CHARAUDEAU, P. Linguagem e discurso: modos de organização. 2ª ed. São Paulo: Contexto, 2016.
DELMAZO, C.; VALENTE, J. C. L. Fake news nas redes sociais online: propagação e reações à desinformação em busca de cliques. Media & Jornalismo, [S. l.], v. 18, n. 32, p. 155-169, 2018. Disponível em: https://impactum-journals.uc.pt/mj/article/view/2183-5462_32_11/4561. Acesso em: 23 jan. 2021.
IRETON, C.; POSETTI, J. Jornalismo, fake news & desinformação: manual para educação e treinamento em jornalismo. Paris: UNESCO, 2018. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000368647. Acesso em: 18 dez. 2019.
KARLOVA, N.A.; FISCHER, K.E. A social diffusion model of misinformation and disinformation for understanding human information behaviour. Information Research, [S. l.], v. 18, n. 1, n. p., 2013. Trabalho apresentado em Proceedings of the ISIC, 2012, Tóquio. Disponível em: http://InformationR.net/ir/18-1/paper573.html. Acesso em: 16 dez. 2019.
KOCH, I. G. V. Escrever e argumentar. São Paulo: Contexto, 2016.
LEVY, P. Cibercultura. São Paulo: Editora 34 Ltda, 2016.
PAVEAU, M. Genre de discours et technologie. Paris: Université de Paris, 2013.
PAVEAU, M. Ce qui s’écrit dans les univers numériques. In: Itinéraires, [S. l.], n. 2014-1, 2015. Disponível em: http://journals.openedition.org/itineraires/2313. Acesso em: 1 nov. 2019.
POSETTI, J. N. The ‘Twitterisation’ of Investigative Journalism. In: TANNER, S. J.; RICHARDSON, N. Journalism Research and Investigation in a Digital World. South Melbourne: Oxford University Press, p. 88-100. Disponível em: https://ro.uow.edu.au/cgi/viewcontent.cgi?referer=&httpsredir=1&article=2765&context=lhapapers. Acesso em: 17 dez. 2019.
PRIMO, A. O que há de social nas mídias sociais? Reflexões a partir da teoria ator-rede. Contemporânea: Revista de comunicação e cultura. Salvador-BA, v. 10, n. 3, 2012, p. 618-641. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/contemporaneaposcom/article/view/6800/4681. Acesso em: 17 dez. 2019.
VEYNE, P. Acreditavam os gregos em seus mitos? Ensaio sobre imaginação constituinte. São Paulo: Unesp, 2014.
DOI: http://dx.doi.org/10.22168/2237-6321-32259
Apontamentos
- Não há apontamentos.
Direitos autorais 2022 Entrepalavras