Verbete impresso ou verbete digital? Eis a questão

Halysson Oliveira Dantas

Resumo


Este artigo argui sobre o possível percurso de reelaboração do gênero verbete do meio impresso para o digital. Tal ponderação leva em conta os preceitos da metalexicografia, o conceito de colônia discursiva (HOEY, 2001), bem como os construtos teórico-metodológicos da Teoria do Hipertexto Digital. A partir da análise contrastiva de dicionários impressos e de dicionários eletrônicos on-line, essencialmente medioestrutural, delineia-se, com base nas evidências atuais, que, aparentemente, seja um pouco cedo para definir que o gênero verbete digital seja uma reelaboração do verbete impresso. Denota-se, pois, um processo de automatização da consulta que, por desrespeitar certos princípios da Lexicografia, tem contribuído mais para o insucesso da demanda dos consulentes do que o contrário, sobretudo, em relação a estudantes.


Palavras-chave


Metalexicografia. Dicionário eletrônico. Verbete.

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DOI: http://dx.doi.org/10.22168/2237-6321-10esp2098

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