A pronúncia da lateral /l/ no Sudoeste do estado do Paraná

Susiele Machry da Silva, Eduarda Rocha Borghelott, Vanessa de Andrade

Resumo


Vinculada à Sociolinguística Quantitativa (LABOV, 1972), esta pesquisa versa sobre os processos de variação que incidem sobre a realização do /l/ pós-vocálico, em formas como balde e sal, por exemplo. A partir de uma amostra de dados de três cidades da região sudoeste do estado do Paraná: Pato Branco, Francisco Beltrão e Dois Vizinhos, o estudo investiga as possibilidades de realização do /l/ na forma vocalizada [w], velarizada [ł], alveolar [l], ou ainda, como tepe [ɾ]. A amostra foi obtida por meio da realização de instrumentos que contemplavam nomeação, descrição de imagens, leitura de frases e entrevista. Ao todo foram obtidos dados de fala de 08 informantes de cada cidade, estratificados pelas seguintes variáveis sociais: cidade e escolaridade. Os resultados indicam haver, na região, a predominância da forma plena da lateral como alveolar [l], mas há também registros das formas vocalizadas [w], velarizadas [ł], e ainda do uso da variante tepe [ɾ] ou retroflexa.


Palavras-chave


Variação. /l/ Pós-vocálico. Região Sudoeste-PR.

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DOI: http://dx.doi.org/10.22168/2237-6321-11753

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