Representações sobre o programa “Paraná Fala Idiomas – Inglês” sob as lentes do Ciclo de Política e da Análise do Discurso Crítica

Michele Salles El Kadri, Telma Gimenez, Atef El Kadri

Resumo


Neste artigo analisamos uma rede de textos relacionados ao Programa Paraná Fala Idiomas - Inglês, concebido como uma política linguística no âmbito estadual, buscando identificar as representações do programa em si e da língua inglesa, com base no  referencial de análise do ciclo de políticas (BALL, 1994, 2006; MAINARDES, 2006) Trata-se de pesquisa de abordagem qualitativa-interpretativista, com dados compostos por textos oficiais da agência financiadora e respostas a questionário aplicado a instrutores e alunos participantes, analisados sob as lentes da Análise do Discurso Crítica (FAIRCLOUGH, 2003). Os resultados demonstram que tanto os contextos de produção de texto quanto o contexto de prática indicam alinhamento ao discurso hegemônico de que o conhecimento da língua inglesa é indispensável. Reforçam, ainda, ideologias do inglês como commodity, como bem de consumo com caráter estritamente instrumental e simbólico. No contexto da prática, as representações oscilam entre representações que ora valorizam o falante nativo, ora o falante não-nativo. Em relação às representações sobre os objetivos do programa, as diferentes percepções sobre o PFI sugerem não haver alinhamento das representações dos participantes àquelas promovidas pela agência financiadora do programa.


Palavras-chave


Internacionalização. Língua inglesa. Política linguística.

Texto completo:

PDF

Referências


ALTBACH, P. G.; KNIGHT, J. The internationalization of higher education: Motivations and realities. Journal of Studies in International education, 11 (3-4), 2007, 290-305.

BALL, S. Education reform: a critical and poststructural approach. Buckingham: Open University Press, 1994.

BALL, S. Education policy and social class – the selected works of Stephen J. Ball. Abingdon: Routledge, 2006.

FAIRCLOUGH, N. Critical discourse analysis as a method in social scientific research. In: WODAK, R. MEYER, M. Methods of Critical Discourse Analysis. London: Sage Publications, 2001.

FAIRCLOUGH, N. Analysing discourse: textual analysis for social research. London: Routledge, 2003.

GARCEZ, P. M.; SCHULZ, L. ReVEL na Escola: do que tratam as políticas linguísticas. ReVEL, v. 14, n. 26, 2016.

GARCIA, O. Language Policy. International Encyclopedia of the Social & Behavioral Sciences, 2. ed., v. 13, 2015. http://dx.doi.org/10.1016/B978-0-08-097086-8.52008-X.

GIMENEZ, T. Faz sentido querer falar inglês como os nativos?. In: ZORZO-VELOSO, V.F.. (Org.). Laboratório de Línguas da UEL: 40 anos de história. Londrina: Laboratório de Línguas, v. 1, p. 10-21, 2015.

GIMENEZ, T.; SARMENTO, S.; ARCHANJO, R.; ZICMAN, R.; FINARDI, K. Guide to English as a medium of instruction in Brazilian higher education institutions 2018-2019. São Paulo: British Council, 2018.

HELLER, M.; DUCHÊNE, A. Pride and profit. Changing discourses of language, capital and nation-state. In: DUCHÊNE, A.; HELLER, M. (eds) Language in late capitalism – pride and profit. New York: Routledge, 2012. p. 1-20.

MAINARDES, J. Abordagem do Ciclo de Políticas: uma contribuição para a análise de políticas educacionais. Educação & Sociedade, Campinas, v. 27, n.94, p. 47-69, 2006.

MARSON, I. C. V.; BORGES, E. F. V. “Paraná fala inglês” na UEPG: experiência extensionista com foco na mobilidade internacional. Extensio: R. Eletr. de Extensão, Florianópolis, v. 12, n. 20, p.73-89. 2015.

SZUNDY, P. T. C. A Comodificação Do Inglês Em Universidades Públicas Brasileiras: Ideologias Linguísticas Entextualizadas No Âmbito Do Programa Inglês Sem Fronteiras. Revista da Anpoll, n. 40, 2016, p. 101-114, Florianópolis.

RESENDE, V. M. Análise de discurso crítica como interdisciplina para a pesquisa social: uma introdução. In: MELO, I. F. de. (Org.). Introdução aos estudos críticos do discurso: teoria e prática. Campinas: Pontes, 2012. p. 99-112.

PASSONI, T. P. O Programa Inglês sem Fronteiras como política linguística: um estudo sobre as ideologias da língua inglesa no âmbito da internacionalização do ensino superior brasileiro. 2018. 278f. Dissertation (Ph.D. in Language Studies) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2018.

PILLER, I. Language ideologies. The International Encyclopedia of Language and Social Interaction. 2015. DOI: 10.1002/9781118611463/wbielsi140.

SARMENTO, S.; ABREU-E-LIMA, D.; MORAES FILHO. W. Do inglês sem fronteiras ao Idiomas sem Fronteiras. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2016.

TOLLEFSON, J. W. Critical Theory in Language Policy . In: RICENTO, T. (Org.) An Introduction to Language Policy: Theory and Method. Oxford: Blackwell, 2006. p. 42-59.

VAN DIJK, T. A. Ideology: a multidisciplinary approach. London: Sage, 1998.

VAN LEEUWEN, T. The representation of social actors. In: CALDAS-COULTHARD, C. R.; COULTHARD, M. (Ed.). Texts and practices: readings in critical discourse analysis. London: Routledge, 1996. p. 32-70.

VAN LEEUWEN, T. Discourse and practice: new tools for critical discourse analysis. New York: Oxford University Press, 2008.

WODAK, R.Do que trata a ACD – um resumo de sua história, conceitos importantes e seus desenvolvimentos. Linguagem em (Dis)curso – LemD, 2004, p. 223-243, Tubarão.

WOODWARD, K. Identidade e diferença: uma discussão teórica e conceitual. In: SILVA, T. T.; HALL, S.; WOODWARD, K. (Org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 2011. p. 7-72.




DOI: http://dx.doi.org/10.22168/2237-6321-31449

Apontamentos

  • Não há apontamentos.




Entrepalavras © 2012. Todos os direitos reservados.
Av. da Universidade, 2683, Benfica, CEP 60020-180, Fortaleza-CE | Fone: (85) 3366.7629
Creative Commons License
Entrepalavras (ISSN: 2237-6321) está licenciada sob Creative Commons Attribution-NonCommercial 3.0.