O estágio na formação docente: superação do aspecto prescritivo em busca da experiência

Karen Cristiny de Andrade Correia

Resumo


Este trabalho é um desdobramento de uma dissertação defendida na Universidade Federal de São João del-Rei. O objetivo central é mostrar o quanto a noção de experiência é importante para o desenvolvimento do estágio docente, de forma a tornar mais profícua a formação do professor de línguas, a partir de uma relação mais próxima entre teoria e prática, entre prescrito e real. Para isso, apoiamo-nos, principalmente, na teoria de Jorge Larrosa Bondía (2002) para pensar a experiência. Partimos do pressuposto de que há, hoje, uma distância entre a formação universitária e o campo de trabalho do professor, o que gera frustrações para os graduandos quando vão para a sala de aula, bem como prejuízos para a educação, que acaba por não se beneficiar com o incessante desenvolvimento teórico no campo da linguagem e do ensino de línguas. As entrevistas que compõem a dissertação supracitada são uma importante base para o presente trabalho. O que elas demonstram acerca dos estágios é que há, neles, um caráter prescritivo, de modo que o graduando em Letras não encara o professor regente como um parceiro de trabalho ou alguém que tem o que contribuir, mas sim aquele que precisa se atualizar. Essa postura é prejudicial à formação e à parceria tão importante entre universidade e escola.


Palavras-chave


Estágio docente. Experiência. Teoria/prática.

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DOI: http://dx.doi.org/10.22168/2237-6321-31261

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