A Obscena Senhora D à luz da paratopia

Amanda Jéssica Ferreira MOURA

Resumo


Nosso trabalho dá enfoque ao livro A Obscena Senhora D (2001), de Hilda Hilst, para investigarmos, através da Análise do Discurso de linha francesa, um tema que permeia a literatura hilstiana: a loucura. Para fundamentarmos nossa pesquisa, recorremos a alguns importantes pesquisadores da obra de Hilst, como Pécora (2010); da loucura, como Frayze-Pereira (1982); da Análise do Discurso, como Maingueneau (2008). Conforme afirma Maingueneau (2008), a paratopia é “uma difícil negociação entre o lugar e o não-lugar, uma localização parasitária que vive da própria impossibilidade de se estabilizar”; assim, pode-se afirmar que os loucos estão nessa zona paratópica, uma vez que a loucura é relegada à margem do que comumente se compreende como normal. Partindo da hipótese de que a personagem central do livro desenvolve um discurso próprio dos insanos ou dos não-ajuizados, nossos objetivos são pesquisar as marcas paratópicas de loucura no citado livro de Hilst e demonstrar como isso constitui um aspecto relevante na obra da escritora. Os resultados obtidos demonstram um rico material de observação do tema da loucura na literatura hilstiana, aspecto que pode transcender esta pesquisa para outras fontes bibliográficas. Por fim, através de trechos da obra, concluímos que Hilst desestabiliza esse conceito de normalidade ancorado no senso comum e nos revela loucura e lucidez entrelaçadas.

Palavras-chave


Loucura; Paratopia; Hilda Hilst.

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DOI: http://dx.doi.org/10.22168/2237-6321.1.1.1.139-151

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