A referência linguística na atenção conjunta

José Moacir Soares da Costa Filho

Resumo


O objetivo deste artigo é discutir a relação entre a atenção conjunta e a referência linguística. Para tanto, analisamos qualitativamente dados coletados com vinte crianças de 2 a 5 anos de idade enquanto elas jogavam um aplicativo para tablets. Nossa análise inicialmente tem como suporte teórico as contribuições de Bruner (1975) e Tomasello (2003) acerca da atenção conjunta. Em seguida, trazemos Diessel (2006) e Costa Filho (2011, 2013 e 2016) para discutir a importância da atenção conjunta durante o processo de consolidação da referência linguística para a criança. Após a análise dos dados, encontramos três tipos de atenção conjunta: atual, composicional e virtual, por meio das quais pudemos perceber que a atenção conjunta e o processo de referência linguística são interdependentes, já que é por meio das noções de referência linguística que os sujeitos da interação se engajam nas cenas de atenção conjunta. 


Palavras-chave


atenção conjunta; referência linguística; interação virtual

Texto completo:

PDF

Referências


BRUNER, J. Childs Talk: Learning to use language. New York: Norton, 1983.

______. From communication to language: a psychological perspective. Cognition, v. 3. n. 3. p. 255-287. 1975.

CAIRNS, B. Spatial deixis: the use of spatial co-ordinates in spoken language. Working Papers, n. 38, p. 19-28, Sweden: Lund University, Dept. of Linguistics, 1991.

COSTA FILHO, J. M. S. da. Atenção conjunta: o jogo da referência na realidade virtual. 2016. 215 p. Tese (Doutorado em Linguística) – Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa, 2016.

______. Atenção conjunta e desenho animado: da interação à referência linguística. DLCV (UFPB), v. 10, n. 1 e 2. p. 105-120. jan/dez. 2013.

______. “Olá, Pocoyo!”: A constituição da atenção conjunta infantil com o desenho animado. 2011. 139 p. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa, 2011.

DIESSEL, H. Demonstratives, joint attention, and the emergence of grammar. Cognitive Linguistics, v. 17. p. 463-489, 2006.

FRICKE, E. Deixis, gesture, and embodiment from a linguistic point of view. In: MÜLLER, C. et. al. (orgs). Body – Language – Communication: An International Handbook on Multimodality in Human Interaction. Berlin, Boston: De Gruyter Mouton, 2014. p. 1802–1823.

KOCH, I. V. O texto e a construção dos sentidos. 2. ed. São Paulo: Contexto, 1998.

LÉVY, P. O que é o virtual? 2. ed. São Paulo: Editora 34, 1956-2011. Tradução de Paulo Neves.

MARCUSCHI, L. A. A dêixis discursiva como estratégia de monitoração cognitiva. In: KOCH, I. V.; BARROS, K. S. M. Tópicos em Linguística de texto e análise de conversação. Natal: EDUFRN, 1997.

SILVA, F. E. V. da; LIRA, P. S. de; CAVALCANTI, S. B. Aspectos do processo de referenciação na aquisição da linguagem: do linguístico ao extralinguístico. Revista Ao Pé da Letra, v. 3, n. 2, p. 47-58. 2001.

TRIADÓ, C. Deixis acquisition in deaf and hearing children. In: Psycholinguistics on the threshold of the year 2000: proceedings of the 5th International Congress of the International Society of Applied Psycholinguistics. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 1999, p. 683-686.

TOMASELLO, M. Origens Culturais da Aquisição do Conhecimento Humano. Tradução de Cláudia Berliner. Martins Fontes: São Paulo, 2003.




DOI: http://dx.doi.org/10.22168/2237-6321.7.7.2.188-205

Apontamentos

  • Não há apontamentos.




Entrepalavras © 2012. Todos os direitos reservados.
Av. da Universidade, 2683, Benfica, CEP 60020-180, Fortaleza-CE | Fone: (85) 3366.7629
Creative Commons License
Entrepalavras (ISSN: 2237-6321) está licenciada sob Creative Commons Attribution-NonCommercial 3.0.