Uma viagem através dos bas-fonds da metrópole

Luciano de Jesus Gonçalves

Resumo


De afeição declarada aos tipos provenientes das classes populares, o contista judeu polonês Samuel Rawet, naturalizado brasileiro aos sete anos de idade, possui vários contos em que elege como motivo um aspecto da (homo) sexualidade. Esse dado de sua contística passou a ser um dos seus métodos de trabalho já na coletânea Os sete sonhos, 1969, o que levou Caio Fernando Abreu a classificar a obra como muito focada na temática homossexual. Nesse viés, o trabalho se propõe a apresentar um dos contos em que a assertiva possa ser demonstrada. O objeto textual que integra a última coletânea do escritor, Que os mortos enterrem os seus mortos, 1981, intitulado “Nem mesmo um anjo é entrevisto no terror”, apresenta a figura do homossexual livre de amarras maniqueístas ou mesmo clichês fáceis. A orientação sexual não serve, aqui, como mote de demonização ou, muito menos, redenção daquele que, tendo uma existência amargurada, sofre como qualquer outro sujeito. Ancorados em estudiosos da Teoria do Conto, a análise ocorre no plano temático, ao mesmo tempo que formal. A realização conclui que, em um mundo de personagens em conflito, o ser homossexual, assim como quaisquer outros viventes, não está livre da náusea existencial experimentada nas suas viagens cotidianas.


Palavras-chave


Samuel Rawet; Conto; Homoerotismo.

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DOI: http://dx.doi.org/10.22168/2237-6321.5.5.3%20esp.112-121

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