Multimodalidade e as estruturas desgarradas em anúncios publicitários: uma estratégia para favorecer a sedução

Rosane Cassia Santos e Campos

Resumo


Este trabalho investiga, em anúncios publicitários, o uso das estruturas desgarradas, assim denominadas por Decat (2004, 2011). Segundo Decat (2004, 2011), o ‘desgarramento’, seja de SNs ou de orações, se apresentaria como maneira de marcar a importância de tal constituinte para uma estrutura informacional. Para a presente análise foram selecionados cinco anúncios publicitários, produzidos em língua portuguesa e veiculados em mídia de circulação nacional. Parte-se da hipótese de que anúncios publicitários constituem um gênero textual legítimo, com características e com especificidades exigidas para a sua produção que as estruturas desgarradas estariam a serviço da evidencialização do que esses anúncios propõem. Nesse sentido, é de grande relevância apresentar as quatro metafunções propostas por Halliday (1989) para que seja possível considerar anúncios como produções multimodais e, desta maneira, discorrer sobre os postulados defendidos pela Teoria da Multimodalidade, nos termos da Gramática do Design Visual tal como desenvolvida por Kress e Van Leeuwen (2006), considerando o texto em seus aspectos visual e verbal, partindo do princípio de que o visual e outros modos semióticos seguem determinados propósitos comunicativos. Ao fim, conclui-se que as estruturas desgarradas, associadas aos elementos da multimodalidade, representam um importante constituinte dos anúncios para que a valorização do produto seja evidenciada. As estruturas desgarradas têm a forte função de salientar informações com grande relevância para que se efetive o consumo de uma ideia ou de um produto, ou seja, conclui-se que a informação, em um anúncio publicitário, pode ganhar um destaque que não teria se não estivesse ‘desgarrada’.


Palavras-chave


desgarramento; multimodalidade; anúncio publicitário.

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DOI: http://dx.doi.org/10.22168/2237-6321-12587

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