Hibridismo linguístico e a simulação temporal em reescritas de Gulliver’s Travels, de Jonathan Swift
Resumo
Neste artigo analisam-se duas traduções e uma adaptação de Gulliver’s Travels, de Jonathan Swift, obra orginalmente escrita no século XVIII, com o objetivo de observar se o emprego da norma padrão poderia ser um instrumento que auxilie na produção de um efeito de distanciamento temporal derivado de seleções lexicais e da adoção de estruturas linguísticas determinadas que atenderiam à representação semântica, sintática e estilística desse distanciamento. Constatou-se, com os resultados da análise, que, de fato, os tradutores lançaram mão do uso estratégico de determinadas seleções lexicais e estruturas gramaticais que evocam o efeito de distanciamento temporal, mas, em algumas das versões analisadas, observou-se também o emprego híbrido concomitante de construções linguísticas mais próximas de um certo registro informal, especialmente no caso da adaptação voltada para o público juvenil.
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PDFReferências
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DOI: http://dx.doi.org/10.22168/2237-6321-31658
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