Aspectos semânticos e morfossintáticos da modalidade volitiva nos discursos de investidura de Rodríguez Zapatero
Resumo
O presente trabalho visa fazer uma análise dos aspectos semânticos e morfossintáticos para a expressão da modalidade volitiva nos discursos de investidura de Rodríguez Zapatero. À luz dos pressupostos teóricos da Gramática Discursivo-Funcional (GDF), de Hengeveld e Mackenzie (2008), pretendemos fazer a descrição e a análise da modalidade volitiva, a qual está relacionada ao que é (in)desejável. Temos a intenção de avaliar, especificamente, a manifestação dos tipos de fonte volitiva e de alvo volitivo (aspectos semânticos) e a marcação do tempo verbal e do modo verbal (aspectos morfossintáticos) para a instauração da modalidade volitiva a partir de dois discursos proferidos pelo ex-primeiro-ministro do governo espanhol, Rodríguez Zapatero, proferidos nos anos de 2004 e 2008. Em relação aos aspectos semânticos, constatamos que houve maior emprego de fonte volitiva do tipo “Enunciador”, com 63,76% das ocorrências, e de alvo volitivo do tipo “Instituição”, com 76,81% das ocorrências. No que diz respeito aos aspectos morfossintáticos, comprovamos que houve maior incidência do presente do indicativo, com 87,24%, e maior ocorrência do modo indicativo, com 93,62%. Para a instauração da modalidade volitiva nos discursos de Rodríguez Zapatero, verificamos que o falante (aquele que discursa, nesse caso, o candidato a primeiro-ministro) prefere construir-se como fonte da atitude volitiva, instaurando as modalizações volitivas sobre as instituições (alvo volitivo), empregando, para isso, o presente do modo indicativo.
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PDFReferências
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DOI: http://dx.doi.org/10.22168/2237-6321-6esp1190
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