emilianeEmiliane Cristina Cruz Matias Alves, ou simplesmente professora Emiliane, é graduada em Letras pela UFC, possui Especialização em Gestão do Trabalho Pedagógico e cursa Especialização em Ensino de Língua Portuguesa, na UECE. Durante 10 anos, trabalhou na Fundação Bradesco como monitora de informática, ministrando cursos do pacote Office. Professora efetiva da rede estadual de ensino há 3 anos, Emiliane usa seu conhecimento de informática para criar jogos didáticos.

Como surgiu a ideia de trabalhar com PowerPoint?

Durante 10 anos trabalhei com o pacote Office e fui descobrindo e me aperfeiçoando em alguns recursos de determinados programas. Após realizar um curso do Programa Intel Aprender, descobri algumas funções bem dinâmicas do PowerPoint, e logo comecei a explorá-lo um pouco mais, conciliando os meus conhecimentos à prática em sala de aula.

Inicialmente, elaborei simples jogos de perguntas e respostas para aplicar nas turmas em que eu ministrava curso. Posteriormente, ao iniciar as minhas atividades em sala de aula, com o ensino de Língua Portuguesa, fui diversificando e criei jogos mais diversificados, contendo não somente questões simples, com perguntas e respostas, mas desafios com imagens, músicas, vídeos, além de jogos, como o da memória, pista e outros.

Quais as dificuldades de se trabalhar com esse recurso?

Para aplicar esses jogos criados no PowerPoint, é necessário notebook, ou outro tipo de computador, retroprojetor e caixa de som (caso haja desafios com áudio). Assim sendo, fica difícil a aplicação dos mesmos em escolas que não haja esses tipos de recursos midiáticos disponíveis.

Você reserva uma aula especial para trabalhar com esse recurso ou o recurso é usado em dado momento de uma aula tradicional?

É possível aplicar durante uma aula tradicional, como uma forma de revisar o conteúdo que acabou de ser estudado. No entanto, precisa ser um jogo menor, com menos desafios, para dar tempo de ser concluído.

Eu costumo reservar uma aula só para aplicação do jogo. De preferência, levo a turma para uma sala mais isolada das demais e com uma claridade mais propícia ao retroprojetor, para permitir que a turma participe e interaja mais, sem prejudicar as salas vizinhas, e veja bem os slides projetados. Geralmente, é uma aula no final do bimestre, para abordar no jogo o conteúdo estudado nesse período e assim, revisar com os alunos toda matéria de forma mais dinâmica.

Qualquer tema pode ser abordado ou há alguns temas mais apropriados? Quais?

O jogo criado no PowerPoint pode abordar qualquer tema, visto que é possível se criar somente uma sequência de perguntas e respostas.

Na verdade, a dinâmica do jogo está nos desafios que são propostos aos alunos, na possibilidade de, entre uma pergunta e outra, sugerir que eles cantem, dancem, façam mímica, participem de jogos da memória, etc. Tudo como forma de ganhar pontos extras para sua equipe.

Como os alunos têm reagido à aplicação do recurso? Como é a participação da turma? Sempre foi assim ou houve mudança da reação deles da primeira vez que você aplicou? 

Desde a primeira aplicação do jogo em sala de aula, percebi a aceitação das turmas, mas observo também que, quanto mais inovador e dinâmico forem os desafios, mais os alunos se empolgam em participar. Além  de eles gostarem de sair da rotina de aulas, eles curtem a dinâmica de surpresa que o jogo oferece, pois é dado a eles um menu de opções, as equipes escolhem um número que pode oferecer a elas perguntas, desafios, bônus de pontos, “passe a vez”, “perdeu ponto”... Outro incentivo que ajuda na participação de todos, é oferecer a equipe vencedora um prêmio.cita emiliane

Que jogos você já criou? Descreva um deles em especial, o que você achou que teve resultados melhores: como funciona, quais as regras, qual o objetivo...

Geralmente, crio um jogo para revisar um conteúdo estudado. Por exemplo: em um determinado bimestre, do conteúdo estudado, resolvi revisar com a turma Orações Coordenadas e Artigo de Opinião. Então criei no PowerPoint uma apresentação, com a maioria dos slides contendo perguntas com opções de respostas; alguns slides com imagens, áudios e vídeos que serviram como desafios, além de outros slides com mensagem de: “vocês ganharam 2 pontos”; “vocês perderam 1 ponto”; “passou a vez” ...

Feitos esses slides, crio um com um menu de opções, que, a partir do recurso de INSERIR AÇÃO, cada número desse menu levará diretamente para um dos slides criados. Vale ressaltar que, em todos os slides, aplico efeitos, animações, insiro sons, tudo para tornar mais atrativo aos alunos.

Então a dinâmica é essa: divido a turma em grupos, geralmente, quatro ou cinco, e após escolhermos a ordem para determinar qual equipe começa, explico que cada equipe escolherá um número do slide principal (o menu). Se o número escolhido levar para um slide com perguntas, a equipe terá 1 minuto para responder (geralmente cronometro com o celular). Acertada a resposta, a equipe pontua 2 pontos. Errada a resposta, permito que as demais equipes tirem na sorte aquela que poderá tentar responder a mesma pergunta, mas dessa vez sem tempo para pensar e valendo apenas 1 ponto, se acertada. Em seguida, o jogo continua, com a equipe seguinte escolhendo outro número do menu principal (costuma-se passar para as equipes no sentido horário). As equipes que escolherem um número que não leve a uma pergunta, estarão sujeitas a perder pontos, ganhar pontos extras, ou ganhar somente se acertar os desafios. Nesse momento, o que vai valer é a sorte! Ao final, ganha a equipe que mais pontuar.

O jogo em PowerPoint é usado como parte da apresentação do conteúdo ou mais como avaliação de um conteúdo ministrado de forma tradicional?

O jogo em PowerPoint, em minhas aulas, é utilizado mais para avaliação. No entanto, também uso esse programa para criar slides para ministrar o conteúdo.

Você observou alguma mudança em relação à aprendizagem de um conteúdo usando esse recurso? Os alunos assimilaram mais dado conteúdo? De que forma você mediu isso?

Como o jogo sempre traz perguntas referentes aos conteúdos ministrados, percebo que há um índice grande de acertos delas, no momento do jogo, e consequentemente, uma absorção maior dos assuntos, visto que muitas vezes os alunos conseguem relembrar e resgatar os conteúdos aprendidos, associando-os com um dado momento do jogo aplicado.

Que procedimentos você usa na criação de um jogo em PowerPoint? Quais os passos necessários para criar um? Como é que você faz?

Um jogo no PowerPoint é uma combinação de inúmeros recursos desse programa. Para criá-lo, basta criar slides com botões de ações ou outros objetos que receberão a ação de ligar um slide ao outro.

Crio toda a apresentação, com vários slides contendo perguntas e opções de respostas, outros slides com os desafios (aqui vale a criatividade e o uso do diversos recursos do programa), e alguns com possíveis bônus para pontuar mais facilmente e outros para perder pontos ou passar a vez.

Finalizado os slides, insiro um novo slide no início da apresentação para servir como um menu, uma “ponte” que levará aos demais slides, a partir do recurso de INSERIR AÇÃO. Do mesmo modo, em todos os slides, é necessário criar um objeto para nele inserir a ação de retornar ao slide do menu.

É importante lembrar que a dinâmica do jogo no PowerPoint só é possível no momento da apresentação dos slides, e que para conduzir o jogo é necessário que o professor ou outra pessoa conduza, saindo de um slide para outro com o mouse.

Além de jogos em PowerPoint, há alguns outros recursos que você utiliza em sala de aula que fogem da aula expositiva e tradicional?

Costumo levar minhas turmas para fazer pesquisa no laboratório de informática; sempre que necessário, levo dicionários para fazerem consultas; também já levei alguns jogos que a escola possui para trabalhar com eles, como o jogo Soletrando e o Perfil. Para trabalhar Literatura, sempre que possível, costumo levar filmes ou vídeos para a melhor fixação das características dos períodos e escolas literárias. Também, uma vez ou outra, permito que minhas turmas saiam de sala para resolver atividade ou realizar trabalho em grupo, em outros ambientes, apenas para mudar de “ares”. Algumas vezes, propus atividades em grupo, em que os alunos poderiam utilizar seus próprios celulares para fazer gravações de entrevistas, pequenas esquetes, com o intuito de discutir algum tema para trabalhos posteriores de produção textual. Enfim, busco diferenciar minhas aulas para que os alunos vejam que o aprendizado da Língua Portuguesa pode acontecer de forma leve, prazerosa e com recursos diversos.

Para além de ser uma forma diferente de avaliar ou ministrar um conteúdo, que outras vantagens você vê na metodologia dos jogos didáticos?

O que mais me motiva aplicar os jogos didáticos nas minhas turmas é a possibilidade de dinamizar as aulas, de mexer com os alunos, tirando-os da sua rotina diária de sala de aula. Além do mais, é cientificamente comprovado que o aprendizado ocorre nas brincadeiras, com tudo que é lúdico, então por que não nos valermos desses recursos? Sempre que posso, proponho jogos em sala, não só os criados em PowerPoint, mas algo mais simples, que só precisa da participação dos alunos, como: Jogos de mímicas; ou "descubra o substantivo através das pistas (adjetivos)"; "Quem sou eu?" ... São momentos finais de descontração, que os alunos gostam muito, e que servem como uma revisão do conteúdo trabalhado.

Muita gente acha que jogo interessa à criança e por isso seria adequado em sala de fundamental. Como você vê a aplicação de jogos a turmas de ensino médio?

Quando comecei a lecionar na escola Antônio Bezerra, tanto tinha turmas de fundamental, quanto de ensino médio, mas aplicava meus jogos somente nas primeiras, pois também pensava que poderia ser rejeitada pelos alunos do médio, visto que eles estão numa fase da vida que costumam se achar mais adultos e desprezam algumas situações que associam à infância. Entretanto, esses alunos começaram a cobrar de mim esses jogos, alegando que também queriam ter esses momentos. Então, percebi que independe da série, os alunos gostam de saírem da rotina, são competitivos e gostam dessa dinâmica de concorrer com o colega, de mostrar o quanto sabem, de revisarem o conteúdo e de serem avaliados de outras maneiras, que não seja a tradicional.

Resuma o que você pretende abordar na I Jornada do LABEL, dia 28.

Após uma breve apresentação, pretendo relatar minha experiência com os jogos criados no PowerPoint, dizer como tudo começou e quando, como e para que aplico em sala de aula. E por fim, mostrarei alguns jogos, destacando alguns recursos utilizados.

 

 

 
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